O tanas!
Tenho esta teoria bem vincada: toda a gente gosta de ler. Quem diz que não, ou nunca se propôs verdadeiramente a experimentar, ou nunca se deparou com o o tipo de livro certo para si*.
Pronto, há sempre exceções à regra, claro. Não gostamos todos da mesma coisa. Mas, neste caso, poderá ser no máximo na mesma proporção daquelas pessoas que não gostam de McDonalds. Ou de chocolate. Ou de massagens!
Coisas universalmente boas, sinónimos de prazer (ainda que pecaminoso) e que só 5% da população pode efetivamente não gostar - se já experimentou.
Comer e ler são necessidades básicas, não é só a primeira. A única diferença entre comer e ler é que sem a primeira morremos e sem a segunda morremos mais pobres. De resto, como há quem não goste de favas, há quem não goste de romances. Como há quem não goste de pêssegos, há quem não goste de biografias. Mas caramba, até o miúdo mais enfastiado do planeta encontra um Nestum com Mel que coma com gosto. E para mim devia ser assim. Tal como temos mesmo de comer e por isso vamos encontrando os alimentos que nos agradam e satisfazem, precisamos de ler e por isso devemos pesquisar até encontrar a categoria que nos agrada. Nem que seja Banda Desenhada, que enfardei muita com gosto em pequena e mesmo de sotaque brasileiro não me fez mal nenhum.
Agora o "não é talhado para ler, coitadinho, gosta mais da Playstation e também desenvolve o cérebro" e o "paciência, também não é assim tão importante" é que não cola.
Por essas e por outras é que ainda agora vi um miúdo com quase 14 anos escrever informa-soes. Assim, com hífen e tudo.
Filho meu que, já em idade própria para fazer as duas coisas (ler e comer), só queira comer, há de ser obrigado a ler pelo menos o rótulo da massa antes de eu lha pôr no prato.
Tenho dito. E se houver para aqui alguém que não goste de ler que me diga. Vamos encontrar um bom livro para ti. Ah se vamos! No fim agradeces.
*Claro que há quem não possa ler porque não sabe (nunca aprendeu seja qual for o motivo) e faço desde já a nota que não falo neste post de maneira nenhuma de pessoas analfabetas, que provavelmente muito dariam para ter o prazer de ler um bom livro.
Sabiam (já agora) que segundo os censos de 2011, ainda há 5.9% da população portuguesa (acima dos 10 anos) que não sabe ler nem escrever? A boa notícia é que esta percentagem desceu dos 9% para os 5.9% de 2001 para 2011. E nem quero mencionar os assustadores 26% dos anos 70.
http://www.mariadaspalavras.com/ele-nao-gosta-de-ler-coitadinho-13726
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